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domingo, 21 de abril de 2013

FLAVIUS VALERIUS CONSTANTINUS



O FUNDADOR DA IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA


Também conhecido como Constantino I, Constantino Magno ou simplesmente Constantino, foi um Imperador Romano, proclamado Augusto pelas suas tropas em 25 de julho de 306 e governou uma porção crescente do Império Romano até sua morte, em 22 de maio de 337.

O Imperador Constantino era um homem profundamente supersticioso, mas também um político astuto. Sumo sacerdote do Mithraismo, ele próprio, entretanto, continuou adorando o Deus-sol embora seguisse várias religiões, tentando se salvaguardar, até mesmo depois de sua suposta "conversão", e era extremamente arbitrário e impulsivo. Ele entregou prisioneiros de guerra aos leões, cometeu atos de genocídio em massa nas suas campanhas na África do Norte, e era famoso pelo seu comportamento insuportável, egoísta, impiedoso e de falsa moral.
Mas quem, na verdade, era esse CONSTANTINO ?

Era um homem de moral abaixo da crítica, um assassino. Aliado de Licínio, que o ajudou a assumir o poder, governou com ele, mas depois, tendo-se indisposto contra este, derrotou-o em 324 e mandou assassiná-lo em 325.

Mandou executar seu próprio filho Crispus e depois sua mulher Fausta (326). Mandou matar, também, um cunhado e dois sobrinhos. Com todas essas falhas morais assumiu a direção da cristandade, plenamente aceito pelos bispos e dirigentes cristãos. Ao mesmo tempo em que colocava e dirigia concílios, restaurava templos politeístas, sacrificava aos ídolos e aceitava adoração pagã. Deixou gravada a afirmação de sua divindade lado a lado a divindade cristã.

Em certa ocasião, para efetuar seu culto ornou a estátua de Apolo com relíquias do martírio de Jesus.

Seu sobrinho Juliano dizia que sua aparência era estranha, usava roupas engomadas à moda oriental, jóias nos braços complementadas por uma tiara em cima de uma peruca pintada. Constantino aparentemente considerava o cristianismo simplesmente mais um dos cultos ou seitas de seu reino, e ele parecia ser membro de todas indiferentemente, sem se aprofundar em nenhum. Ele só foi batizado quando estava no leito de morte, minutos antes do óbito, “segundo afirma Eusébio Pamphili”, um bispo católico, historiador e um dos pais da Igreja Católica.
O Imperador Constantino, apesar de toda sua esquisitice, era realmente um ótimo político. Ele entendeu muito bem o fato dos cristãos estarem se tornando tão numerosos a ponto de representar uma ameaça política considerável se saíssem da confusão e se organizassem como um todo.
Prevendo isso, ele convenientemente inventou um milagre para sua conversão, a fim de se tornar aliado dos mesmos. Em 312, um ano antes do Edito de Milão, ele travou a batalha da Ponte de Milyan, contra um rival ao trono. Havia muitos cristãos entre seus soldados já com o cristograma nas suas espadas e escudos.
         Pelos historiadores, os céus se abriram e o imperador teve uma "visão" e lhe foi concedida a vitória na batalha. Pelo menos essa é a história que apologistas cristãos contam.
Infelizmente não sabemos ao certo o que aconteceu porque o querido imperador mudava sua história o tempo todo cada vez que a contava para alguém. Pelo menos seis versões contraditórias e diferentes sobreviveram contadas por pessoas que diziam tê-las ouvido do próprio imperador em pessoa.
Enquanto contava essas histórias, ele aparentemente nunca abandonou o culto ao sol - Mitraismo, comum na Europa na época. Como monumento a sua vitória em Milyan, alguns anos mais tarde, ele levantou o Arco do Triunfo, que sobrevive até hoje. Nele consta um testemunho ao "Sol Invicto" (uma referência a Mitra) e outro a Jesus Cristo "guiando sua (do sol) carruagem de uma ponta a outra do céu". Ele ordenou que os cristãos mudassem suas missas para o Dia do Sol (Domingo).

O Cristianismo primitivo não tinha um comando centralizado, inexistia a figura do Papa e havia mais de cem livros sobre Jesus lidos às escondidas nas catacumbas e igrejas clandestinas. Todos tinham sua lista de favoritos; as várias facções, com sede em Roma, Constantinopla, Antioquia, Cesárea, Jerusalém, Alexandria, e Cartago tinham suas próprias idéias sobre o que era ou não escritura. E elas não chegavam a um acordo.
Cada bispo seguia uma corrente doutrinária diferente, como hoje acontece com as seitas protestantes e outras que se desmembraram do Cristianismo com a reforma de Lutero, onde cada pastor se diz iluminado pelo Espírito Santos e daí passa a fazer pregações dentro das diversas correntes teológicas – Teoria da Prosperidade, Teoria da Predestinação, mas isso é assunto para outro post.

Essa briga interna entre os bispos enfraquecia a nova religião tornando-a medíocre, não se prestando desta forma para unificar o Império. A disputa religiosa sobre a criação do mistério dogmático da Trindade, foi a primeira enfrentada por Constantino – As primeiras heresias.

Em virtude dessas polêmicas, no ano 325, CONSTANTINO convoca todos os bispos para dirimir sobre o Cristianismo e aí nasce o famoso Concílio de Nicéia, criado para extinguir as divergências entre os cristãos da época. Nesse concílio CONSTANTINO demonstra toda sua força ao expulsar mais de 1.700 participantes do conclave (inicialmente com 2.048 membros) por não concordarem com suas imposições. Com os 300 restantes, que se submetiam à sua vontade, tomou a decisão de estabelecer o dogma, até hoje vigente, de que Jesus era igual ao Pai, era Deus.

 No seu discurso inaugural do Concílio de Nicéia, o imperador começou por fazer entender que os bispos tinham na mão um dos melhores negócios do mundo e que querelas pessoais e recriminações intermináveis não podiam se sobrepor por ser de menor valor que a proposta imperial. - “Parem de brigar e cheguem a um acordo. Criem uma doutrina que seja universal (em outras palavras, católica - note o "c" minúsculo), e que seja entendida e praticada por todos”, gritou Constantino aos bispos participantes do conclave. (Enciclopédia Católica, O Primeiro Concílio de Nicéia)

E é claro que os bispos obedeceram prontamente para não correr o risco de incorrer na malquerença do imperador.

A maioria dobrou-se à força.

Começavam os cristãos, a desmentir Jesus que nunca se disse Deus, pelo contrário, sempre se disse subordinado inteiramente à vontade do Pai. Passam-se os anos, mas não passa o prazer de estar junto do poder temporal e a riqueza mesmo que isso imponha situações lamentáveis à fé cristã. (Já Estava Escrito, Hélio da Silveira Pinto, Arc Editora)

No meio de todo esse torvelinho intelectual, Constantino ordenou a Eusébio Pamphili, bispo da Cesárea na Palestina, que juntasse algumas cópias dos livros cristãos lidos nas igrejas e apresentasse no Concílio de Nicéia.

“Não sabemos quais livros entre as centenas disponíveis foram apresentados ao imperador, e nem o quanto foram revisados (já que muitos não são conhecidos antes de Eusébio), mas sabemos com certeza que ele percebeu que era questão de tempo antes que os "oráculos inspirados" como ele os chamava, tivessem que ser reunidos para que os cristãos estudassem em conjunto por todo o mundo algo na forma de uma biblioteca escritural, uma bíblia”.  (Enciclopédia Católica, Eusébio de Cesaréia)

Então, inspirados pelos oráculos, os mais de 100 livros escritos a respeito de Jesus foram reunidos em textos de vários autores, todos desconhecidos, em apenas quatro livros – Marcos, Mateus, Lucas e João. Não se pode admitir que existam nem mais e nem menos do que quatro evangelhos, alega Irineu de Lyon, (citado por Eusébio), uma vez que existem quatro regiões do mundo onde vivemos, e quatro ventos dos quatro pontos cardeais, e, por outro lado, a Igreja está espalhada por toda a terra e o Evangelho e o Espírito da vida são os pilares e as fundações da Igreja, segue que esta Igreja tem quatro pilares...

E assim, todo o processo foi controlado por Constantino, que era um pagão, que acreditava em deuses trinos, nascidos de uma virgem, que faziam milagres, que morreram e ressuscitaram, eram tidos como os salvadores do mundo, um deles tinha  como símbolo a cruz e o dia da semana a eles consagrados era o domingo.

Essa religião híbrida, que tomou emprestado alguns conceitos judaicos da seita dos nazarenos, na realidade, mantinha antigas estruturas do politeísmo romano, de modo que os pagãos puderam confortavelmente encontrar seu nicho na nova fé. O processo foi semelhante ao sincretismo do Catolicismo com as religiões afro, no Brasil colonial.

 Faca-se Jesus a imagem e semelhança do Deus que acredito e confio, e saiu Jesus com os mesmos atributos do Mitrianismo.

O Jesus primitivo deixou de existir, e passaram a adorar um outro Jesus igualzinho ao Deus Mithra, do qual Constantino era o sumo sacerdote. Enxertando-se ainda nos textos sagrados do Cristianismo, mitos de Deuses pagãos, por imposição do seu presidente e aceitos sem resistência pelos demais membros religiosos.



Neste concílio foi deliberada a crença na Santíssima Trindade e o culto a cruz. Foi lá que se definiu o cânone, com exceção do Apocalipse, que só foi incorporado ao Novo Testamento no ano 397. E eles mesmo dizem que os textos foram refundidos, e adaptados aos interesses da catequese. (Seria melhor dizer: adaptados aos interesses do Imperador Constantino). Foi ainda neste período que foi erguida a primeira igreja cristã em Jerusalém e ocorreu a mudança do dia santificado de descanso do sábado, como mandava a Lei de Moisés, para o domingo, dia consagrado ao Deus Mithra, o Sol Invencível.


O admirável Rui Barbosa, na introdução que escreveu para a edição em português do livro O Papa e o Concílio, de Janus, é claro em sua revolta quando se refere às modificações e concessões feitas no cristianismo a partir de CONSTANTINO.

(...) A obra de Janus possui 324 págs., a introdução 332, sendo, portanto, 8 págs. Maior que o livro. É preciso dizer também que é mais elucidativa.


Vejamos um trecho:


“Havia simplicidade, ausência de cerimônias teatrais, severa proibição de imagens, pureza de ensino. Nos dias de CONSTANTINO, porém, passou a igreja por uma revolução.”

Começou o cesarismo religioso.

Sacrificou-se o cristianismo ao engrandecimento da hierarquia. O imperador (não batizado) recebe o título de bispo exterior; julga e depõe bispos; convoca e preside concílios; resolve sobre dogmas.

Já não era mais a igreja dos primeiros cristãos. Adquiriu poder temporal, mas sua autoridade moral decresceu.

De PERSEGUIDA passa a PERSEGUIDORA.

Buscou riquezas e corrompeu-se, derramou sangue e sujeitou o espírito à letra.”


Não há dúvida que o grande tribuno baiano estava coberto de razões.




Vejamos o que disse o bispo Eusébio de Cesárea em 335, um discurso proferido no 30º ano do reinado de Constantino:
  
 “É um novo Moisés!”, assegurou Eusébio à corte presente. Constantino, tal o patriarca judeu, salvara o monoteísmo das injurias do politeísmo. Assim, se o Reino do Céus é governado por um só Pai, o mundo terreno o é por César.

Ele é o lugar-tenente de Deus de quem recebeu, pela intermediação de Cristo, a função de assegurar na terra “o plano de Deus para os homens”.

Designando-o como “pastor, pacificador, mestre, médico das almas e pai”, Eusébio, em êxtase, chamou-o de “amigo e predileto de Deus”(Laud. Constant., 5; 7,12).


E ASSIM NASCEU A IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA.






sábado, 13 de abril de 2013

A INCONGRUENTE DOUTRINA DA SANTÍSSIMA TRINDADE




 “A Santíssima Trindade é um Mistério para ser aceito, não para ser compreendido”, foi a voz de muitos sacerdotes ao longo da Idade Média e que continua ressoando no século XXI.




                    Rios de tinta medieval, sem falar no sangue, foram gastos para explicar o “mistério” da Trindade. A controvérsia dividiu a cristandade ao meio por um século. O dogma da Santíssima Trindade até hoje não foi resolvido. Eles surgiram nos concílios de Nicéia (325), Constantinopla (381), Éfeso (431) e Calcedônia (451).


                       Temos um Deus em três partes, ou serão três deuses em um?
                       Um amigo de debates do orkut, Bertoldo, explica o que é Trindade:
                      “É simples, Deus1 manda Deus2 para ser crucificado e depois manda Deus3 para anunciar que Deus1 é Pai de Deus2 e assim todos ficarem sabendo.
                    Depois Deus2 é crucificado e no terceiro dia ressuscita, depois de um período fazendo aparições ao estilo Ghost, Deus2 sobe para os céus, para se encontrar com Deus1, mas deixa dito que Deus3 vai voltar e no dia de Pentecostes Deus3 volta e dá aos seguidores a possibilidade de pregar o Evangelho e a conversão aqueles que aceitarem Deus2 como o caminho para Deus1 e que são convertidos por Deus3.


Ficou claro?? 
Deus1 = Senhor dos Exércitos
Deus2 = Jesus
Deus3 = Espírito Santo.
Formam o tri-uni mais conhecido como trindade.” 


                    Bertoldo estava coberto de razão. O grande ponto da fé religiosa, sua força e sua glória, é que ela não depende de justificativas racionais.





                       Pregam os pastores protestantes que o universo foi feito por Deus, Jesus e o Espírito Santo e para justificarem seus argumentos citam passagens bíblicas onde “Deus fala”, segundo eles, na terceira pessoa do imperativo:


Gen 1:26 -  E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança;

Gen 3:22  Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal;

Gen 11:7  Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro...


O CRISTIANISMO CONTRADIZ A TEOLOGIA JUDAICA
 “– D-us em três? A idéia cristã da trindade quebra D-us em três seres separados: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Mateus 28:19). Compare isto com o Shemá, a base da crença judaica: “Ouve, ó Israel, o Eterno nosso D-us, o Senhor é UM” (Devarim 6:4). Os judeus declaram a unicidade de D-us todos os dias, escrevendo-a sobre os batentes das portas (Mezuzá), e atando-a à mão e cabeça (Tefilin – filactérios).
 Esta declaração da unicidade de D-us são as primeiras palavras que uma criança judia aprende a falar, e as últimas palavras pronunciadas antes de morrer.
Na Lei Judaica, adorar um deus em três partes é considerado idolatria – um dos três pecados cardeais, que o judeu prefere desistir da vida a transgredir. Isto explica porque durante as Inquisições e através da História, os judeus desistiram da vida para não se converterem.


                   O Espírito Santo também é invocado na leitura da Bíblia. Só os iluminados pelo Espírito Santo têm pleno discernimento da leitura da Bíblia. Segundo ainda os pastores protestantes e os padres da Igreja Católica, Deus capacita os escolhidos e lhes dão plena compreensão do Texto Sagrado. Neste norte, os pastores protestantes analfabetos das periferias das grandes cidades e do interior nordestino, sabem melhor interpretar a Bíblia que seus próprios autores (hebreus/judeus) que não precisam de tradução, foi escrita na língua deles, por eles, registrando usos, costumes e legislação da época em que fora escrita.


Estamos diante de uma incoerência imensurável. O que levam os cristãos a uma cegueira coletiva? Teria um Deus onipotente, onisciente e onipresente criado “pegadinhas” na Bíblia? Fazendo frases, versículos e capítulos ambíguos para confundir os não escolhidos e assim fazer com que eles creiam na mentira e permaneçam no erro? Sabiam os autores da bíblia a existência futura de um mito criado em Roma – Jesus - antes mesmo do seu nascimento? Acredito que não, do contrário o Velho Testamento teria lhe dedicado um livro inteiro falando a seu respeito. Só a ciência tem o poder de predizer o futuro.


 VISÃO ISLÂMICA SOBRE A TRINDADE

“Deus: Só existe um Deus verdadeiro, e seu nome é Alá. Ele é Onisciente, Todo-Poderoso e Juiz Soberano. Contudo, ele não é um Deus Pessoal. Acha-se acima do homem em todos os sentidos, não podendo ser conhecido como uma personalidade. O Islamismo ensina a unidade da essência de Deus, excluindo explicitamente a doutrina da Santíssima Trindade. Não aceita a divindade de Jesus nem o Espírito Santo. Os muçulmanos não crêem na morte e ressurreição de Jesus nem na salvação por seu intermédio.”

 Quando uma pessoa sofre de um delírio, isso se chama insanidade. Quando muitas pessoas sofrem de um delírio, isso se chama religião.


E quanto ao Espírito Santo?


Não existe trindade no livro sagrado do Judaísmo. Qualquer referência a Santíssima Trindade, são puras conjecturas, juízos sem fundamento, impreciso. Como alguém pode ir buscar a trindade na Bíblia, se os seus autores não acreditam em um Deus trino?

O mais intrigante ainda é o fato de que toda comunidade cristã não se apercebe dos erros contidos nas pregações e por mais que se tente demonstrar, por mais provas robustas que se apresentem, mais o crente se apega, mais ainda às palavras ouvidas dos pastores nas igrejas e a eles são agradecidos dizendo que aos pastores são agradecidos por terem lhes mostrado a luz, pela libertação através da verdade.

Sem dúvidas, um dos efeitos verdadeiramente negativos da religião é que ela nos ensina que é uma virtude satisfazer-se com o não entendimento.

Ora, se o entendimento da Bíblia fosse dado por inspiração do Espírito Santo, todos os pastores, formados em teologia ou analfabetos, padres, bispos e cardeais, tinham o mesmo entendimento da Bíblia, o que não é verdade. Há milhares de denominações de igrejas cristãs por todo o mundo e cada templo tem a sua orientação própria da bíblia dada em nome Espírito Santo.

Quem se arvora em acreditar que de alguma maneira, de algum modo, tropeçou na verdadeira mensagem contida na bíblia quando teólogos do mundo inteiro não chegam a uma conclusão unânime?

Pessoas descrentes compreendem perfeitamente a Bíblia, mas não a aceitam porque escolheram não acreditar em ilusões. A compreensão é intelectual, mas a aceitação é subjetiva, individual, particular e não depende de instrução para tanto. Há pessoas de pouco discernimento que, pela primeira vez que vai a um culto evangélico, aceitam imediatamente a mensagem que lhe foi repassada através de um método malicioso de evangelização, sem se preocupar com os detalhes ou prova da existência de Jesus.

Na verdade, a Terceira Pessoa da Trindade Cristã envolve nomes como Tertuliano, Ário, Atanásio de Alexandria, Constantino, Teodósio, Dioscorus, Eutiques e Pulcheria e abranje revolução, excomunhão, e até morte.

Para os cristãos, a Santíssima Trindade não pode ser derrubada pela Ciência (com suas provas e pesquisas), pela História dos Concílios (com seus registros e evidências) e muito menos com o exame racional do tema.

O que os pastores analfabetos não sabem é que a Trindade não é crença exclusiva do Cristianismo, mas acredito que os padres, os pastores com instrução mediana e os teólogos sabem e esconde de seus fiés o fato de que a Trindade é uma crença pagã de Deuses antigos absorvido pelo Cristianismo.

As trindades existiram em todas as religiões antigas:


Na Suméria: Na, Em-Lil e Em-Ki

Na Acádia: Sin, Shamash e Ishtar

Em Mâri: Anat, Dagan e Addu

Na Babilônia: Marduk (Baal), Shamash e Adad ou Ea, Istar e Tamus

Na Cananea: Baal, Vam e Môt

Na Índia: (trimurti) Brahma, Vishnu e Siva

Na China: Fu, Lo e Cho

No Egito: Osíris, Isis e Horus

Na Pérsia: Orzmud, Arimam e Mitra

Os Celtas: Voltan, Friga e Dinas

Na Grécia: Zeus, Demétrio e Dionísio






Tertuliano



Embora o que sabemos de Tertuliano sejam escritos deixados por Eusébio de Cesaréia, em “História Eclesiástica”, cerca de 100 anos após os acontecimentos, advirto aos leitores prudência na leitura.

Quintus Septimius Florens Tertullianus, conhecido como Tertuliano (160 - 220 ) foi um prolífico autor das primeiras fases do Cristianismo, nascido em Cartago na província romana da África. Ele foi um primeiro autor cristão a produzir uma obra literária (corpus) em latim. Ele também foi um notável apologista cristão e um polemista contra a heresia.

Embora conservador, ele organizou e avançou a nova teologia da Igreja antiga. Ele é talvez mais famoso por ser o autor mais antigo cuja obra sobreviveu a utilizar o termo "Trindade" (em latim: Trinitas) e por nos dar a mais antiga exposição formal ainda existente sobre a teologia trinitária. É um dos Padres latinos.

Algumas das idéias de Tertuliano não eram aceitáveis para os ortodoxos e, no fim de sua vida, ele se tornou um montanista.

Tertuliano introduziu na teologia latina, e na da Igreja em geral, uma série de termos e conceitos provenientes do direito. Concebeu a vida cristã e a salvação à semelhança de um processo penal, em que Deus é o legislador, o Evangelho a lei, quem obedece recebe a compensação, quem desobedece torna-se culpado e é castigado. Tertuliano introduziu ou consagrou algumas distinções importantes, como por exemplo a de preceito e conselho evangélico.


A Trindade

O maior contributo de Tertuliano para a teologia foi a sua reflexão acerca do mistério trinitário. Criou um vocabulário que passou a fazer parte da linguagem oficial da teologia cristã. Foi ele que introduziu a palavra “Trinitas”, como complemento da “Unitas”. Segundo Tertuliano, Pai, Filho e Espírito Santo são um só Deus porque uma só é a substância, um só estado (status) e um só poder.

Mas, por outro lado, distinguem-se, sem separação, pelo grau, pela forma e pela espécie (manifestação). Tertuliano introduz assim o termo “pessoa”, (persona), para significar cada um dos três, considerado individualmente. Este vocabulário passou a vigorar, até hoje, para referir as realidades trinitárias.

No entanto, Tertuliano deixa transparecer alguma influência subordinacionista. Ao falar da geração do Filho, sem querer comprometer a sua divindade, admite uma certa gradação, desde uma fase anterior à criação, em que o Logos de Deus se contempla a Si mesmo, para passar a contemplar a economia salvífica, e é engendrado de forma imanente em Deus, até à criação, em que a Palavra se realiza como tal ao ser proferida.

Cristo é, assim, o primogênito do Pai, gerado antes de todas as coisas, mas não é eterno. O Filho é como que uma porção ou emanação do Pai.

Tertuliano, apesar de ter dotado a teologia trinitária dum vocabulário preciso, e de ter procurado a exatidão, não se livrou dalgumas ambiguidades e deficiências.


O ARIANISMO


O arianismo foi uma visão Cristológica sustentada pelos seguidores de Arius, presbítero de Alexandria nos primeiros tempos da Igreja primitiva, que negava a existência da consubstancialidade entre Jesus e Deus, que os igualasse, fazendo do Cristo pré-existente uma criatura, embora a primeira e mais excelsa de todas, que encarnara em Jesus de Nazaré.

 Jesus então, seria subordinado a Deus, e não o próprio Deus. Segundo Arius só existe um Deus e Jesus é seu filho e não o próprio. Ao mesmo tempo afirmava que Deus seria um grande eterno mistério, oculto em si mesmo, e que nenhuma criatura conseguiria revelá-lo, visto que Ele não pode revelar a si mesmo. Com esta linha de pensamento, o historiador H. M. Gwatkin afirmou, na obra "The Arian Controversy": "O Deus de Ário é um Deus desconhecido, cujo ser se acha oculto em eterno mistério".

Por volta de 319 Arius começou a propagar que só existia um Deus verdadeiro, o "Pai Eterno", princípio de todos os seres. O Cristo-Logos havia sido criado por Ele antes do tempo como um instrumento para a criação, pois a divindade transcendente não poderia entrar em contato com a matéria.

Jesus, inferior e limitado, não possuía o mesmo poder divino, situando-se entre o Pai e os homens. Não se confundia com nenhuma das naturezas por se constituir em um semi-deus. Ário afirmava ainda que o Filho era diferente do Pai em substância. Essa idéia ligava-se ainda ao antigo culto dos heróis gregos, dentre os quais para ele Jesus sobressaía com o maior, embora apenas possuísse uma divindade em sentido impróprio. Como meio de difusão mais abrangente de suas idéias, fê-lo sob a forma de canções populares.

Um primeiro sínodo, em Alexandria, expulsou Arius da comunhão eclesiástica, mas dois outros concílios, fora do Egito, condenaram aquela decisão, reabilitando-o.

Arius procurou o apoio de companheiros que, como ele, haviam sido discípulos de Luciano de Antioquia, em especial Eusébio, bispo de Nicomédia (atual İzmit). A luta que se seguiu chegou a ameaçar a unidade da Igreja e, ante o perigo de fragmentar também o império, levou o imperador Constantino  a enviar Ósio, bispo de Córdoba, seu conselheiro particular, como mediador.

O insucesso da missão levou-o a convocar, em 325, um concílio universal em Niceia (atual İznik).No Primeiro Concílio de Niceia (325) a maioria dos prelados, corroborada pelo próprio Constantino graças à influência de  Atanásio (criador do termo "homoousios", siginificando "de substância idêntica" – para descrever a relação de Jesus com o Pai), condenou as propostas arianas, e declarou-as heréticas, obrigando à queima dos livros que as continham e promulgando a pena de morte para quem os conservasse. Definiu ainda o chamado "Símbolo de Niceia". - Nele se afirmava que o Verbo era o verdadeiro Deus, consubstancial ao Pai, possuindo em comum com Ele a natureza divina e as mesmas perfeições.

As inúmeras dúvidas suscitadas pelo Sínodo de Niceia reacenderam as lutas, com os prelados acusando-se mutuamente de hereges. Várias fórmulas dogmáticas foram ensaiadas para complementar a de Niceia, acentuando ainda mais as divisões, num conflito que expôs cada vez mais as diferenças entre o Ocidente latino e o Oriente grego, envolvendo disputas de primazia hierárquica e de política.

Desse modo, num novo sínodo geral, celebrado na fronteira dos dois impérios, os ocidentais se congregaram em torno do símbolo de Niceia e excomungaram os hereges. Os orientais, a seu apoiaram as idéias de Árius e excomungaram não apenas os bispos apoiantes de Niceia como também o próprio bispo de Roma.

Arius retornou a Constantinopla em 334, a chamado de Constantino e, segundo a lenda, faleceu em 336 quando a caminho de receber a comunhão novamente.

As ideias de Arius foram adotadas por Constâncio II (337-361) sem que, entretanto, se impusessem à Igreja.

Difundiram-se entre os povos bárbaros do Norte da Europa, quando da evangelização dos Godos, pela ação de Ulfila, missionário enviado pelo imperador romano do Oriente. Os Ostrogodos e Visigodos chegaram à Europa ocidental já cristianizados, mas arianos.

Uma carta de Auxentius, um bispo de Milão do século IV, referindo-se ao missionário Ulfila, apresentou uma descrição clara da teologia ariana sobre a Divindade:

 Deus, o Pai, nascido antes do tempo e Criador do mundo era separado de um Deus menor, o Logos, Filho único de Deus (Cristo) criado pelo Pai. Este, trabalhando com o Filho, criou o Espírito Santo, que era subordinado ao Filho e, tal como o Filho, era subordinado do Pai. Segundo outros autores, para Arius o Espírito Santo seria uma criatura do Logos (Filho).

A questão só seria debelada quando, em fins do reinado de Teodósio, ao tornar-se religião oficial do império, o cristianismo ortodoxo-romano afirmou-se em definitivo.

Após o século V, graças às perseguições, o movimento desapareceu gradualmente.

Séculos mais tarde, o nome "Arianos" foi usado na Polônia para referir uma seita Cristã Unitária, a irmandade polaca (Frater Polonorum). Eles inventaram teorias sociais radicais e foram precursores do Iluminismo.


 Atanásio de Alexandria

Atanásio de Alexandria (Alexandria,  295 — Alexandria, 2 de maio de 373), bispo de Alexandria, considerado santo pela Igreja Ortodoxa e Igreja Católica (esta última reverencia-o também como um dos seus trinta e três Doutores da Igreja) e ainda um dos mais prolíficos Padres gregos.



Santíssima Trindade

 

Do ponto de vista doutrinal, foi perseguido e exilado cinco vezes devido às acesas discussões que manteve contra partidários do arianismo; para além disso, defendeu a consubstancialidade das Três Pessoas Divinas na Santíssima Trindade, tal como definido pelo Primeiro Concílio de Niceia, em 325, no Credo Niceno.



INTRODUÇÃO À TRINDADE, Lynn Lorenzen, 2002, pag.16.


"Os imperadores se consideravam guardiães da fé e por isso tomavam partido nos debates teológicos, influenciando os resultados. Eram os imperadores quem convocavam os Concílios de bispos para tomarem decisões relacionadas com a doutrina da Igreja, de modo que a pressão para desenvolver a doutrina (Trindade) veio de fora da Igreja e inicialmente para fins políticos.”





Constantino - Doutrina da Trindade


Flavius Valerius Constantius (285-337), Constantino o Grande - Divergências teológicas relativas a religião recém incorporada no Império Romano começaram a se demonstrar no império de Constantino quando dois opositores principais se destacaram dos outros e discutiram sobre se Jesus era um ser criado (doutrina de Arius) ou não criado, e sim igual e eterno como Deus seu pai (doutrina de Atanásio).

A guerra teológica entre os adeptos de Arius e Atanásio tornou-se acirrada. Constantino percebeu que seu império estava sendo ameaçado por esta divisão doutrinal. Constantino começou a pressionar a Igreja para que as partes chegassem a um acordo antes que a unidade de seu império ficasse ameaçada. Finalmente, o imperador convocou um concílio em Nicéia, em 325 AD, para resolver a disputa.

Apenas 318 bispos compareceram, o que equivalia a apenas uns 18% de todos os bispos do império. Dos 318, apenas uns 10% eram da parte ocidental do império de Constantino, tornando a votação tendenciosa, no mínimo. O imperador manipulou, pressionou e ameaçou o concílio para garantir que votariam no que ele acreditava, não em algum consenso a que os bispos chegassem.

A maioria dos bispos, pressionada por Constantino, votou a favor da doutrina de Atanásio. Foi adotado um credo que favorecia a teologia de Atanásio. Arius foi condenado e exilado. Vários bispos foram embora antes da votação para evitar a controvérsia. Jesus  foi aprovado como sendo “uma única substância” com Deus Pai. É significativo que até hoje as igrejas ortodoxas do leste e do oeste discordem entre si quanto a esta doutrina, ainda conseqüência das igrejas do oeste não terem tido nenhuma influência na “votação”.

Dois dos bispos que votaram a favor de Arius também foram exilados e os escritos de Arius foram destruídos. Constantino decretou que qualquer um que fosse apanhado com documentos arianistas estaria sujeito à pena de morte. O credo de Nicéia declara:

“Creio em Um só Deus, Pai Onipotente, Criador do céu e da terra e de todas as coisas visíveis e invisíveis. E em Um só Senhor, Jesus Cristo, o Filho unigênito de Deus, gerado do Pai antes de todas as coisas. Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai, por quem todas as coisas foram feitas ...”
 Mesmo com a adoção do Credo de Nicéia, os problemas continuaram e, em poucos anos, a facção arianista começou a recuperar o controle. Tornaram-se tão poderosos que Constantino os reabilitou e denunciou o grupo de Atanásio. Arius e os bispos que o apoiavam voltaram do exílio. Agora, Atanásio é que foi banido. Quando Constantino morreu (depois de ser batizado por um bispo arianista), seu filho restaurou a filosofia arianista e seus bispos e condenou o grupo de Atanásio.

Nos anos seguintes, a disputa política continuou, até que os arianistas abusaram de seu poder e foram derrubados. A controvérsia político/religiosa causou violência e morte generalizadas.

Em 381 AD, o imperador Teodósio (um trinitarista) convocou um concílio em Constantinopla. Apenas os bispos trinitaristas foram convidados a participar. 150 bispos compareceram e votaram uma alteração no Credo de Nicéia para incluir o espírito Santo como parte da divindade. A doutrina da trindade era agora oficial para a Igreja e também para o Estado. Os bispos dissidentes foram expulsos da Igreja e excomungados.

 O Imperador Teodósio convocou então um concílio geral na cidade de Éfeso. Tal reunião foi marcada pelo autoritarismo de Dioscorus.

O concílio condenou os que diziam ter Cristo duas naturezas (“que aqueles que dividem Cristo sejam divididos pela espada”)

No entanto o Imperador estava inflexível, e os legados papais também, e uma comissão de dezoito bispos preparou novo decreto, em que Cristo tinha uma pessoa em duas naturezas, que foi aceito relutantemente pelos participantes. E este foi o concílio de Calcedônia.

Nos anos seguintes houve reações violentas. Jerusalém foi invadida, pilhada e queimada, com muitos mortos, por um exército de monges em favor de uma natureza só de Cristo.



Nestorius


Nestorius (386 – 451) foi um monge, oriundo da Anatólia, que se tornou arcebispo de Constantinopla entre 10 de abril de 428 e 22 de junho de 431.

A Igreja nestoriana não é oficialmente denominada assim nem seus adeptos gostam de chamá-la assim. Esse nome foi dado por seus oponentes monofisitas, que também formaram e formam um outro ramo do cristianismo. Eles se denominam “Igreja do Oriente”. Mas por comodidade continuaremos chamando-a assim.

No entanto nessa mesma época estava se desenvolvendo o pensamento diametralmente oposto, de que Cristo teria uma só pessoa, a divina. Um dos campeões dessa doutrina era o monge Eutychius.

Nestório procurou se defender no Primeiro Concílio de Éfeso (431), mas só conseguiu ser formalmente condenado como herege e derrubado de sua sé episcopal. Depois disso, ele se retirou para um mosteiro, onde ele defendeu a ortodoxia pelo resto da vida.

Apesar desta concessão, muitos dos que o apoiaram decidiram deixar a igreja, no que ficou conhecido como cisma nestoriano, e, nas décadas seguintes, se mudaram para a Pérsia.

O nestorianismo se tornou então a posição oficial da Igreja Assíria do Oriente, que reconhece apenas os dois primeiros concílios ecumênicos (Primeiro Concílio de Niceia e o Primeiro Concílio de Constantinopla).

Acreditava que em Cristo há duas pessoas (ou naturezas) distintas, uma humana e outra divina, completas de tal forma que constituem dois entes independentes. A sua crença tornou-se a base do nestorianismo.

Nestorius havia considerado as duas naturezas de Cristo tão distintas que ele considerou nelas duas pessoas separadas, unidas somente por uma ligação moral como é a criada, por exemplo, entre o homem e esposa, pelo casamento. No outro extremo, Eutychius e Dioscorus mantiveram que a união era tão próxima, que eles ensinavam que, depois da encarnação do Filho e Logos, não duas mas somente uma única natureza deveria ser mencionada; isto é, a divina, que teria ou absorvido em si a natureza humana, ou havia misturado e se fundido com ela.

 Foi para condenar este outro extremo de opinião, conhecido como Monofisismo, que o Quarto Sínodo Ecumênico reuniu-se em Calcedônia em A.D. 451, no reino da Imperatriz Pulcheria. Esse Sínodo emitiu um decreto que tanto reafirmou os pronunciamentos do Terceiro Sínodo, que o Senhor é um e o mesmo, perfeito em divindade, assim como em humanidade, e que duas naturezas existiram no Deus-Homem, como também estabeleceu que essas duas naturezas estiveram unidas na única pessoa do Logos, não só "sem distinção e sem separação," mas também "sem confusão nem mudança," uma natureza não sofrendo nem aniquilamento nem alteração pela outra.

Foi ainda um escritor fecundo, mas quase todos os seus sermões foram queimados por ordem do imperador Teodósio II. Os escritos que restaram estão em siríaco.

O Credo de Atanásio

O Credo (trinitário) de Atanásio foi finalmente estabelecido (provavelmente) no século V. Não foi escrito por Atanásio mas recebeu seu nome. Este é um trecho:

“Adoramos um só Deus em trindade ... O Pai é Deus, o Filho é Deus, e o espírito Santo é Deus; e contudo eles não são três deuses, mas um só Deus.”

Por volta do século IX, o credo já estava estabelecido na Espanha, França e Alemanha. Tinha levado séculos desde o tempo de Cristo para que a doutrina da trindade “pegasse”. A política do governo e da Igreja foram as razões que levaram a trindade a existir e se tornar a doutrina oficial da Igreja.

A Enciclopédia Católica esclarece a questão, numa obra-prima do raciocínio teleológico:

Na unidade da Divindade há três pessoas, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, sendo que essas Três Pessoas são distintas uma das outras. Assim, nas palavras do Credo de Atanásio: “o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus, contudo não há três deuses, mas um só Deus.”

Como se isso não estivesse suficientemente claro, a enciclopédia cita o teólogo do Século III São Gregório, o Milagreiro:

Não há portanto nada que tenha sido criado, nada que tenha sido sujeitado a outro na Trindade: nem há nada que tenha sido acrescentado como se uma vez não tivesse existido, mas entrado depôs: portanto o Pai jamais esteve sem o Filho, nem o Filho sem o Espírito Santo: e essa mesma Trindade é imutável e inalterável para sempre.

Quaisquer que tenham sido os milagres que deram a São Gregório seu apelido, não eram milagres de lucidez. Suas palavras carregam o traço obscurantista característico da teologia, que – diferente da ciência e da maioria dos outros ramos da sabedoria humana – não mudou em dezoito séculos.

Como vimos, a doutrina trinitária resultou da mistura de intriga, fraude, política, um imperador pagão e facções em guerra que causaram mortes e derramamento de sangue.


O que prega Padre Paulo Ricardo da Igreja Católica -Remédio para curar o medo

          


OUTRAS FONTES



ENCICLOPÉDIA DA RELIGIÃO, M. A.Canney, pg 53.
"A religião primitiva sempre batizava em nome do Senhor Jesus até o desenvolvimento de doutrina da Trindade no 2° Século."

ENCICLOPÉDIA DA RELIGIÃO, J. Hastings, Vol 2 pg 377-378-389.
"O batismo cristão era administrado usando o nome de Jesus. O uso da fórmula trinitariana de nenhuma forma foi sugerida pela história da igreja primitiva; o batismo foi sempre em nome do Senhor Jesus até o tempo do mártir Justino quando a fórmula da Trindade passou a ser usada”.

ENCICLOPÉDIA DE RELIGIÃO E ÉTICA, pg. 384. "Não existe evidência na história da Igreja Primitiva do uso dos três nomes."

ENCICLOPÉDIA BARSA, 1998, vol. 15, pág. 214
"A palavra Trindade não aparece no Novo Testamento, nem Jesus e seus seguidores pensaram em contradizer o Velho
Testamento que diz: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor (Dt 6: 4)".

ENCICLOPÉDIA BRITÂNICA,11ª edição, Volume 3, pág. 82
"Sempre nas fontes antigas menciona que o batismo era em nome de Jesus Cristo. A fórmula batismal foi mudada do nome de Jesus Cristo para as palavras Pai, Filho e Espírito Santo pela Igreja Católica no 2º Século."


NOVA ENCICLOPÉDIA INTERNACIONAL, Vol. 22 pg 477
"O termo ‘trindade’ se originou com Tertuliano, padre da Igreja Católica Romana”.

ENCICLOPÉDIA CATÓLICA, 1913, Vol. 2, pg 365.
Mt 28,19 “Aqui o católico reconhece que o batismo foi mudado pela Igreja Católica”

NEW CATHOLIC ENCYCLOPAEDIA, 1967, vol. XIII, pg. 575.
“A maioria dos textos do Novo Testamento revela o espírito de Deus como sendo algo, não alguém; isto se vê especialmente no Paralelismo entre o espírito e o poder de Deus."


NEW CATHOLIC ENCYCLOPAEDIA, 1967, Vol XIV, pg 299.
"A formulação de um só Deus em três pessoas" não foi solidamente estabelecida, decerto não plenamente assimilada na vida cristã e na sua profissão de fé, antes do 4o século. Mas é precisamente esta formulação que tem a primeira reivindicação ao título de dogma da Trindade. Entre os Pais Apostólicos, não havia nada, nem mesmo remotamente, que se aproximasse de tal mentalidade ou perspectiva".

NOUVEAU DICTIONNAIRE UNIVERSEL, M. Lachâtre, vol. II, pg. 1467
"La trinité platonicienne, même un simple réaménagement des anciennes trinités datant de peuples antérieurs, semble être la trinité philosophique rationnelle des attributs qui a donné naissance à l'hypostase trois ou personnes divines enseignées par les églises chrétiennes."

(“A trindade platônica, que em si é meramente um rearranjo de trindades mais antigas, que remontam aos povos anteriores, parece ser a trindade filosófica racional de atributos que deram origem às três hypostasis ou pessoas divinas ensinadas pelas igrejas cristãs”).


ENCICLOPÉDIA AMERICANA, Vol  XXVII, pg 294
"O Cristianismo derivou-se do Judaísmo, e o Judaísmo era estritamente unitário. O caminho que levou de jerusalém a Nicéia dificilmente foi em linha reta. O trinitarismo do quarto século de nenhuma forma refletiu o primitivo ensino cristão sobre a natureza de Deus; foi ao contrário, um desvio desse ensinamento".

DICTIONARY OF THE BIBLE, John Mac Kenzie, 1965, pg. 899
"A Trindade de pessoas dentro da unidade de natureza é definida em termos de 'pessoa' e de 'natureza', que são termos filosóficos gregos; na realidade esses termos não aparecem na Bíblia. As definições trinitárias surgiram em resultado de longas controvérsias, em que esses termos e outros, como 'essência' e 'substância', foram erroneamente aplicados a Deus".


BÍBLIA DE JERUSALÉM, 10a edição, 2001, pg 1896

Mt 28,19 "Sabe-se que o livro de Atos fala em batizar "no nome de Jesus"(cf. At 1,5 +; 2,38+). Mais tarde deve ter-se estabelecido a associação do batizado às três pessoas da Trindade".

TRUE CHISTIANITY - Rev. Steve Winter

ATOS 4:12 "Batismo em nome de Jesus. E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos."


NA AURORA DO CRISTIANISMO -   APÓS O NASCIMENTOS DOGMAS, 1998, Claude (Marie-Émile) Boismard

"A declaração de que há três pessoas em um só Deus não pode ser encontrada em lugar nenhum do Novo Testamento".


JESUS E JAVÉ, Harold Bloom (Yale University), pg 119

"Pretendo aqui expor o mistério da Trindade, o melhor que posso fazê-lo. Ao mesmo tempo que de um lado deixo clara a minha admiração pelo brilhantismo do conceito, afirmo a minha perplexidade diante do atrevimento e do escândalo inerentes a esse
mesmo dogma".

ORIGEM E EVOLUÇÃO DA RELIGIÃO, E. W. Hopkins
"A definição ortodoxa final da "trindade" era em grande parte uma questão de política eclesial"!

HISTÓRIA DA CIVILIZAÇÃO, Will Durant, 2002, Ed. Record
"O Cristianismo não destruiu o paganismo; ele o adotou. Do Egito vieram as idéias de uma trindade divina, o Juízo final, a recompensa e castigo".


Quando ainda não era papa, ele escreveu isso:



INTRODUÇÃO AO CRISTIANISMO, Cardeal Joseph Ratzinger, 1ª Edição, 1968, pgs. 82-83.
"A forma básica da nossa profissão de fé trinitariana (Mateus 28,19) tomou forma durante o curso dos séculos segundo e terceiro em conexão com a cerimônia de batismo. Medida em que seu lugar de origem está em causa, o texto (Mateus 28,19) veio da cidade de Roma.

O batismo da Trindade e texto de Mateus 28,19, portanto, não se originou a partir da Igreja original, que começou em Jerusalém por volta do ano 33. Era um pouco como demonstra a evidência uma invenção posterior do catolicismo romano. Bem poucos sabem sobre esses fatos históricos".


BÍBLIA DE JERUSALÉM, pgs.2291 e 2292
"O texto dos v v. 7-8 está acrescido na Vulgata de um inciso (aqui abaixo está entre parênteses) ausente nos antigos manuscritos gregos, nas antigas versões e nos melhores manuscritos da Vulgata, e que parece ser uma glosa marginal introduzida posteriormente no texto: 'Porque há três que testemunham (no Céu: o Pai, o Verbo e o Espírito Santo, e esses três são um só; e há três que testemunham na terra): o Espírito, a água e o sangue, e esses três são um só'."



THE ORTODOX CORRUPTION OF THE SCRIPTURES, Bart Ehrman, pg 45
"(O Comma Johanneum) representa a ocorrência mais óbvia de corrupção motivada por teologia em toda a tradição manuscrita do Novo Testamento".




SABER MAIS
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NESTÓRIO
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